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I know, I should have moved the wheelbarrow.

Devry Entertainment Society

Opus One winery...

Camel top, orange, blue and purple merino wool.

CANON EOS 40D _TOKINA 11-16mm F2.8 ASPHERICAL AT-X 116 PRO DX

O cantor Leoni Oficial no palco Teatro Opus em São Paulo.

No repertório, hits como “Só Pro Meu Prazer”, “Double de Corpo” e “Garotos II”, uma das mais tocadas do cantor. Além das consagradas parcerias que incluem nomes como Cazuza, Herbert Vianna, Léo Jaime, Paula Toller, Frejat, Ney Matogrosso e Vinícius Cantuária, com sucessos da música pop como "Fixação", "Como eu quero", "Exagerado", "A fórmula do amor", entre outros.

Just a tad bit warmer water than I am used to.....

Devry Entertainment Society

De passage : 4 chambres à entendre, Collectif VX, Hôtel opus

 

Photo : Richmond

Opus cocktail

Opus Virtual Offices offers a variety of virtual office services .

charriol launch, opus

10.13.12

2019 PWP Studio Corporate Event Photographers

© Alan Bennett. 19/06/2012. Peterborough, UK. Opus Business Park - designed by Artisan (UK) Developments. Photo credit : Alan Bennett/Media Imaging Solutions

Devry Entertainment Society

 

As fotografias neste álbum retratam a Ocupa da Nova Medical School pelo movimento "Fim ao Genocidio / Fim ao Fóssil". Também tenho fotografias do movimento noutras faculdades. O seguinte texto é sobre a "Juramento de Hipocrates", a minha magnum opus daquele dia, e conto o que aconteceu na NMS na minha perspectiva de fotógrafa:

 

Existe uma sensação de alívio quando, como fotógrafa, sinto que consegui capturar um momento que resume não só toda a história do que levou até ele mas também que captura a essência do propósito de quem nele habita.

  

Ativismo é um esforço de contínuo desenvolvimento pessoal e coletivo em todas as ferramentas que usamos. A minha principal ferramenta é Fotografia. À minha Magnum Opus chamei “Juramento de Hipócrates” e aconteceu durante as Ocupas do movimento estudantil “Fim ao Genocídio, Fim ao Fóssil”, quando a Greve Climática Estudantil e movimentos de estudantes solidários com a Palestina se juntaram para realizar as Ocupas de Faculdades que acabaram por fazer parte da (mais global) Primavera Estudantil do Maio de 24. Reivindicações incluíam o corte de relações com instituições israelitas (boicote académico) e uma posição institucional para com a necessidade de acabar com combustíveis fósseis até 2030 (discursos mais recentes do movimento explicam que esta data limite é para o norte global). Este ensaio não será uma história destes movimentos, mas terei de falar das minhas motivações e relação com eles.

 

Costumo dizer que apoio a Greve Climática Estudantil para compensar pela estudante que não fui. Tenho alguns arrependimentos em relação a ter pertencido à Associação Académica de Coimbra e à sua cultura do “Pedir a Palavra”, que hoje em dia sinto que apenas serve para domesticar qualquer potencial estudantil a partir de marchas com cravos sem qualquer ação concreta revolucionária, escondidos atrás de “Mais Psicólogos! Mais quartos! Mais reprografias!”. Esta opinião ficou enraizada ao assistir ao silêncio da AAC durante mais de um ano, ou a comunicados que tentam ser o mais seguros possíveis, em relação ao Genocídio na Palestina e sobre a gigante repressão polícial violenta que movimentos estudantis pela Palestina têm recebido a nível global (com estudantes nos EUA a serem desaparecidos e ameaçados de deportação). As mais recentes declarações publicadas no jornal universitário A Cabra mostram que estão presos à “cultura da caridade”, dizendo que ajuda humanitária é mais útil que uma posição da AAC, contrariando todas as pessoas palestinianas na internet, algumas com milhões de seguidores e como tal muito bem conhecidas nestes movimentos, que nos pedem para continuar a pressionar as instituições para denunciarem e boicotarem Israel (ex: Eid Yara, Bisan Owda, Hind Khoudary). Estas posições vão também contra um conceito muito bem enraizado em espaços verdadeiramente ativistas – “Solidarity not Charity” – para ler mais sobre a problemática, recomendo os escritos de Dean Spade, ou, no que toca à tendência para a domesticação de movimentos sociais, o livro Decolonizar o Museu de Françoise Verges). Durante o meu tempo na AAC assisti a pessoas de certas direções a falar mal das Ocupas pelo Fim ao Fóssil por serem “demasiado disruptivas”, pessoas essas que depois iam celebrar a Tomada da Bastilha de 1920 e as lutas de 1969, o que já na altura me parecia um claro exemplo do uso da história não para discutir estratégia e práticas de luta, mas meramente para melhorar a imagem da AAC. No segundo ano do em que estive no Grupo Ecológico a primeira reunião serviu apenas para “planear atividades”, sem antes haver sequer qualquer discussão estratégia coletiva sobre como responder a um mundo em colapso, em parte por culpa minha pois participei nesse sistema. É fácil ficar preso à história para celebrar supostos valores de Abril – assim não há que interagir diretamente com o presente. No presente cometemos erros. Grupos bem organizados têm processos de aprendizagens e de accountability, mas nunca me pareceu que algo assim existisse na AAC. Já na altura haviam pessoas que perguntavam se fazíamos algo pela liberdade alem de ter meter um cravo ao peito uma vez por ano, mas infelizmente não prestei atenção ao aviso. Este texto está a ser redigido poucos dias depois da secção de Direitos Humanos da AAC denunciar o silêncio da direção da AAC em relação à Palestina, e também dias depois do Dia do Estudante de 2025 – onde, tal como em 2024, o movimento Fim ao Fóssil foi obrigado a ficar na parte de trás da manifestação mesmo estando com a AE da FBAUL porque ao contrário do que acontece com qualquer outra manifestação em Lisboa, que tem sempre grupos diversos que simplesmente aparecem com temáticas que são tangentes à manifestação e com qualquer faixa, cântico ou material, as manifestações do Dia do Estudante são culturalmente policiadas por AEs e juventudes partidárias que prezam “unidade” acima de qualquer movimento estudantil que questione ou conteste a sua narrativa, imagem ou poder. Fotografei as manifestações do Dia do Estudante de 2024 e de 2025 e em ambos os dias escrevi sobre isso – para um testemunho que não venha de mim, ver a publicação de 2024 do Coletivo Ruptura (partilha de fontes não indica filiação).

 

Apesar de já me ter oferecido antes destas Ocupas para fazer fotografia para a Greve Climática Estudantil e ter fotografado uma ação do Banco de Portugal, apareci nelas de forma um pouco acidental. Precisava de ajuda de uma pessoa amiga para lidar com stresses do mundo do ativismo, e ele disse para aparecer na Ocupa da Faculdade de Psicologia. Acabámos por não falar entre toda a confusão mas dormi lá alguns dias e de vez em quando ía tirando fotografias.

 

Eu sabia estar a assistir a um momento histórico global e sabia estar a regista-lo, ainda mais com a ligação ‘Clima-Palestina’. Neste momento já existem documentários como o “The Encampments” (que documenta o equivalente das Ocupas na Universidade de Columbia, um dos expoentes máximos da movimento estudantil nos EUA) ou estão a ser produzidos outros, como o 63 Days de Samira Mohyeddin, uma jornalista iraniana-canadiana que registou detalhadamente a ocupa da Universidade do Toronto (Canadá), cujos desenvolvimentos ia seguindo enquanto dormia na FBAUL. O meu registo foi mais pessoal e menos dedicado. Via-me apenas como um bónus, o que ajudava, pois não estando nos coletivos, não tinha de me preocupar com stresses de logística, estratégia ou media. Fazia o que queria e podia, e se o movimento quisesse usar as fotografias, usava. Olhando para trás, não ter feito um registo melhor foi mais uma consequência da minha pouca confiança em mim. Não me via a fazer um documentário, mas as minhas gravações poderiam ser usadas em formas de comunicação melhores para algo que não meu.

 

Tudo mudou quando a faculdade chamou a polícia, à noite, sem aviso. Não me quero alongar nisto até porque não quero fazer esse trabalho emocional, então eis apenas dois excertos de um poema e sua descrição que escrevi sobre esse dia, o 9 de Maio de 24:

 

“Os que ficaram dentro resistiram

defendendo a ocupa, lugar de esperança,

nossa base de operações,

E nós que saímos corremos

Procurar todas as saídas

Por onde podiam levar

as companheiras detidas

e bloqueamos carros da polícia

Pessoas arrastadas, cânticos,

nervos – mas lá dentro, sentadas,

saberão que lá estivemos para elas

 

Quando chegou a polícia

estava quase sem bateria –

pensei “de noite carregarei o dia”

E fui fotógrafa mal preparada

sem a defesa de uma lente ligada,

que apontada é das maiores armas

de auto defesa contra violência azul

 

(O que poderia ter ficado para a história

Ficou a um décimo do que podia ter sido

Pois o meu maior erro de fotografa

foi deixar-me sentir-me segura

numa faculdade de psicologia)

 

Pois de noite,

depois do telejornal

ninguém saberá.

(Disse-nos a Carolina

que assim o faziam no seu tempo

nos protestos anti-propinas:

“De noite, para ninguém ouvir”).”

 

“Comparativamente, não foi nada demais comparado com outras coisas que fotografei posteriormente, mas os fatores de momento inesperado, insegurança emocional e não ter a minha maior ferramenta de auto-defesa 100% capaz (a minha câmara) criou um Antes e Depois na minha vida. Nessa noite, tornei-me noutra fotografa. Mais preparada, mais dedicada, mais experiente. E oito meses passados desde a chegada da polícia ainda tremo e sinto o corpo agitado quando me lembro dessa noite. Este poema será uma descrição cronologica-emocional do que ficou marcado em mim.”

 

Entretanto estive algumas semanas a “viver” na Ocupa da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, por vezes passando pela Ocupa da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Não me alongarei muito sobre essas Ocupas mas direi que a da FBAUL deu para descansar um pouco – tenho um álbum dessa (não tecerei muitos comentários sobre estas faculdades porque não sinto ser útil de momento). No momento de escrita tenho um emprego minimamente estável (embora 40 horas não ser o ideal) mas na altura não era assim. Eis um excerto de uma publicação que ainda publicarei um dia, sobre como conciliar Ativismo com um emprego a tempo inteiro, onde falei de como as Ocupas me ajudaram:

 

“Grande parte da construção de resiliência física e emocional de um indivíduo e de um movimento dá-se a partir de redes de apoio mútuo – um exemplo concreto colocado em prática são as Cantinas Populares, que mantêm as pessoas alimentadas, independentemente de terem ou não dinheiro para pagar. Por exemplo, o movimento estudantil ‘Fim ao Genocídio / Fim ao Fóssil’ realizava cantinas de preço livre nas Ocupas das faculdade do Maio de 2024. Como uma recém licenciada precária que ainda não tinha encontrado um emprego, dependi muito da comida doada aos estudantes e cozinhada por eles para me manter alimentada e menos fraca que o normal. Consegui ajuda-los porque me conseguiram ajudar, e em ciclos destes criam-se sinergias. A primeira vez que vi o livro Mutual Aid de Dean Spade, que aqui recomendo, foi também na mini-biblioteca da Ocupa da Faculdade de Belas Artes, outro exemplo de apoio mútuo. Por isto, deixo um agradecimento especial às pessoas queridas da Greve Climática Estudantil de Lisboa (onde nasceu o movimento ‘Fim ao Fóssil’) por irem além da teoria livresca e construírem solidariedade na prática”.

 

Com o dinheiro que poupei em comida a partir das doações que davam aos estudantes no Maio de 24, motivada com a necessidade de conseguir captar interações com a polícia e possíveis abusos, consegui comprar duas baterias extra para a câmara e um powerbank, e estes materiais foram cruciais não só para o 27 de Maio – A Ocupa da Nova Medical (NMS) – como também para as minhas outras experiências fotográficas.

 

Quando chegámos à NMS o clima estava muito tenso. A Ocupa tinha sido anunciada previamente e a reação não foi de todo parecida com o descanso da FBAUL que embora imperfeito ao menos tentou ser “diplomático”. Quando chegámos, reparámos que haviam vários polícias a fazer rondas pelo exterior da faculdade e que os seguranças estavam a pedir o cartão a todos os estudantes que entravam para impedir a passagem dos restantes protestantes. Isto significou que fotografos não teriam a possibilidade de registar o que se passaria no interior, o que é sempre um risco de segurança. Presumimos, no entanto, corretamente, que a repressão servia para impedir o protesto de todo. Uns dias antes escrevia eu nas fitas de um amigo meu da NMS que não estava envolvido de todo com as Ocupas e ele próprio disse sentir que a sua faculdade se transformou de repente num estado polícial. Fomos então para um jardim lá perto, atrás da fachada principal, o movimento pensou no que fazer, pintou uma faixa, eu fotografei.

 

Depois chegou a hora do protesto.

 

Se há uma Ocupa numa Faculdade é porque há estudantes nessa faculdade que acreditam em pressão e disrupção como parte de uma maior teoria de mudança. E eles estavam lá. Entraram, mostraram as suas identificações de estudante, entraram numa sala com uma janela na fachada, e criaram uma barricada. Tempo passou. Protestámos e abraçávamos-mos em frente à NMS. Em solidariedade com o movimento estudantil, tal como aconteceu na Faculdade de Psicologia, foi convocada uma Vigília pela Palestina em frente à NMS. Cânticos ouviram-se. Quando a faculdade fechou para o dia, esperámos. Ansiosamente. Apesar de querer gravar a largada da faixa, tentei não prestar muita atenção às janelas para não dar essa dica à polícia. Sentia que cada gesto, cada olhar, podia meter alguém em perigo.

 

E depois aconteceu.

 

Gravei a largada de demasiado perto, e viu-se tudo num ângulo que embora não mau, não era o ideal. Isto é relevante para a fotografia. No texto pintado lia-se: “Escola médica declara Fim ao Genocídio Fim ao Fóssil”.

 

Começou a anoitecer. Apareceu mais polícia e ocorreram confrontos verbais, alguns dos quais gravei. Mais cânticos, como “50 anos de Liberdade de há polícia na faculdade”, “Esquadra, Porrada, Polícia e Julgamento, não assustam mais que 2 graus de aquecimento” e uma variante deste que acabava em “não assustam mais que Genocídio em andamento”.

 

Mas um pouco antes do ceu ficar escuro, às oito horas e cinquenta e oito minutos da tarde, aconteceu a fotografia a que chamei “Juramento de Hipócrates”.

 

Na realidade, aconteceram dezenas de fotografias. Quem já fotografou peças de tecido quando está vento sabe que por vezes conseguir a fotografia o mais próxima de perfeita é uma questão de fotografar rapidamente e esperar pelo melhor. Num momento de inspiração, lembrei-me que o jardim atrás de nós tinha bancos em que me podia meter em cima, e corri até lá. Conhecia a minha lente bem o suficiente para saber que de longe conseguia chegar bem àquela mítica janela. E sabia que algo de bonito ía sair daquele mármore branco e faixa vermelha na definição de “pôr do sol” da câmara. Equilibrando-me num banco, cliquei no botão dezenas de vezes. Na maioria não se conseguia ler a faixa, mas algumas destacaram-se, e imediatamente, caso acontecesse alguma coisa à minha câmara (tenho um medo particular dela poder vir a ser confiscada pela polícia, como já aconteceu a amigos meus), tratei de enviar algumas delas a amigos do movimento (é muito importante usar câmaras com ligação wifi para coisas como estas). Quando tudo o que ainda descreverei aconteceu, usaram uma destas nas redes sociais. Uma de apenas uns segundos antes ou depois da que eu selecionei quando pude olhar para os ficheiros com mais calma.

  

Há algo de especial nesta fotografia. Não foi só a minha inspiração, corrida, equilibrio, e sorte nos ventos que passaram. São também o que as próprias posições das estudantes de medicina transmitem. As três primeiras, que sei serem mais próximas entre elas, ficaram em posição de pirâmide equilibrada, duas pessoas que estão numa relação a olhar-se enquanto a do meio delas olha na distância. A quarta pessoa segura uma pancarta com o logotipo e a frase do movimento “Fim ao Fóssil” enquanto olha a multidão. A quinta pessoa, que decidiu usar a touca e bata médica como que declarando “isto é cuidar”, segura uma bandeira da palestina com o outro punho fechado levantado, que, estando contra o mármore e não próximo da janela, se vê melhor.

 

Continuou a anoitecer. De capa traçada, simbolizando a minha presença como antiga estudante (recuso-me a que esta cultura se resuma a domesticação), ergui-me num muro segurando-me num sinal de trânsito mesmo em frente à fachada. Apontei a câmara para a polícia e os manifestantes à sua frente. Era meu objetivo todos conseguirem ver que eu estava ali, com uma câmara. Prevenir violência polícia não é uma mera questão de ter uma câmara – é uma questão de fazer toda a gente saber que existem câmaras. Num certo momento um polícia ameaçou tirar o telemóvel a alguém por estar a gravar e toda a gente sabia o que tinha de fazer: tirar o seu e fazer o mesmo.

 

Duas pessoas, uma apoiante e uma estudante, respondiam mais verbalmente à polícia do que o resto. Deixava-me um pouco ansiosa pois já houveram pessoas a ser detidas por menos (por exemplo, num protesto do ano anterior, uma miúda disse a algumas crianças que estavam a ser revistas pela polícia “Se vos roubarem alguma coisa digam” e foi detida por injúria à autoridade). Não que as possa julgar muito, pois no trauma da FPUL gritei-lhes “Deixem-nos criar esperança! Despeçam-se!”.

 

A polícia entrou na faculdade.

 

A polícia removeu todas estas pessoas forçosamente, e depois, com alguma dificuldade, ainda retirou a faixa com as palavras de ordem.

 

Nós fomos atrás delas. Tão tarde, quem ainda restava da resistência correu para bloquear os carros da polícia, tentando, sem sucesso, fazer dearrest das nossas companheiras detidas. Capturei também alguns desses momentos. A memória falha-me. A noite foi dura. Pessoas levaram bastonadas e foram arrastada. Acabámos por passar a noite, não na mesma esperança que se conseguiu construir na FPUL, FCSH, ou FBAUL, mas no hospital universitário. Uma pessoa que me é querida levou uma bastonada na cabeça e precisou de ser vista. Quis estar com ela. De manhã chamámos um carro para nos levar para a casa de um amigo no Cacém. A maioria das pessoas foi dormir. Eu pedi um portátil emprestado e fiquei a ver as fotografias e vídeos que consegui capturar. Não me organizei bem o suficiente para salvar os ficheiros RAW.

 

Nos tempos seguintes aprendi mais sobre o que aconteceu.

 

Uma pessoa disse que um policia justificou as suas atitudes dizendo que não podemos esperar mais nada depois de os termos de deixar horas ao frio (como se tivéssemos sido nós a chamá-los em vez da direção da NMS que não teve paciência para ouvir os estudantes), dizendo que “é como os cães raivosos”. A parte mais estranha e assustadora é que, agora trabalhando 40 horas por semana vigiando salas de museus, estando horas a fio nos mesmos postos, a olhar para paredes, é que eu própria sinto um porcento disso. Quando passa muito tempo sinto-me mais stressada, e sinto mais raiva ao ver visitas de estudo a aproximarem-se ao longe. Escolher não gritar é um esforço constante. Será algo como isto, multiplicado por cem e em conjunto com uma cultura de normalização da repressão e abuso, que explica a atuação polícia? Foi o aborrecimento dos nossos opressores aquilo que nos impediu de construir esperança? Sempre preferi ver a polícia como “um instrumento que tem instrumentos” – ao remover forçosamente movimentos estudantis das suas bases de operações em nome da proteção da propriedade, está a ser usada como um instrumento. Ao gritar, insultar, dar bastonadas e ao arrastar pessoas no chão, está a usar os seus instrumentos. Esta diferenciação ajuda-me a pensar nas mentalidades que levam à sua atuação de forma mais abrangente, pois alguém tomou a decisão de chamar a polícia para aterrorizar estudantes de um movimento que é fortemente contra a repressão policial. No livro “All In: A revolutionary Theory to Stop Climate Collapse“, dois autores da Climaximo argumentam que movimentos com capacidades fortes de disrupção mas que não têm capacidades fortes de narrativa são descritos como “conflitos violentos com a policia”. Eu estive nestas Ocupas, vivi nelas durante algumas semanas, e apenas vi um local de construção de esperança e solidariedade, estratégia e exigências concretas. Não quero que esta história tão bonita se resuma a algo tão feio como o instrumento de repressão estatal. Talvez por isso seja das minhas fotografias favoritas: Alem de tudo o que já disse, não tem a presença da policia – apenas as estudantes e a sua mensagem, apresentada de forma clara e sucinta, do que tentam construir.

DSquared2 - Dean and Dan Caten designed the costumes for the Canadian talent for the opening and closing ceremonies at the Olympics; also made a stop at OPUS Bar in Yaletown for an evening of fun.

 

www.opushotel.com

www.opusbar.ca

© Alan Bennett. 19/06/2012. Peterborough, UK. Opus Business Park - designed by Artisan (UK) Developments. Photo credit : Alan Bennett/Media Imaging Solutions

Seamus Blake- tenor sax,

Alex Sipiagin - trumpet,

David Kikoski - piano,

Boris Kozlov - double bass,

Donald Edwards - drums

 

1 2 ••• 68 69 71 73 74 ••• 79 80