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Dante Milano
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Terra de ninguém
A sala recende
A terra molhada,
A caule úmido e raiz apodrecida.
As flores sobre o cadáver
Contraem pétalas enregeladas.
A figura de cera no caixão bordado
Sorri como um cego sorri
Com ar de náusea.
Os convidados expandem uma tristeza festiva.
O defunto recusa
Qualquer comunicação com a humanidade
Que lhe é de todo indiferente agora.
(Ele que morreu "pela Causa" e recebe honras fúnebres.)
Em sua torre de marfim,
Sob o céu absoluto da paisagem devastada,
Reina, altivo. (Há coroas, há bandeiras na sala.)
Passante! descobre-te e não rias,
Respeita a morte e o fedor de sua glória.
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De todas as lendas, a mais sensacional é o relato da Missa dos mortos pelo sacristão João Leite, na Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia (Mercês de Cima):
Diz o escritor Augusto de Lima Júnior, no seu artigo “A Missa dos mortos na Mercês de Cima” – Estado de Minas de 23-X-49:
“Pois João Leite, segundo a narrativa que lhe ouvi, já lá se vão mais de cinqüenta anos, assistiu a uma missa dos mortos. Morando na sacristia do templo cuja conserva lhe era confiada, achava-se recolhido altas horas da noite, quando ouviu bulha na Capela. A noite era uma daquelas frias e chuvosas de Ouro Preto, quando, nos começos de setembro, aqui em Minas, começava o tempo das águas.
João Leite estava com a cabeça coberta e escondidinho para esquentar-se melhor. Sentindo os rumores, descobriu-se e viu claridade desusada. Seriam ladrões?, perguntou-se. Mas a igreja era pobre e qualquer ladrão, por mais estúpido que fosse, saberia que a capela das Mercês, sendo paupérrima, não dispunha de prataria, nem de qualquer coisa que valesse um sacrilégio. Enfim poderia acontecer, raciocinou João Leite. Estava ainda nessa dúvida quando ouviu distintamente o “Deus vos Salve” do começo da ladainha. Ergueu-se, então, e com aquela coragem que caracteriza os homens intrépidos, encaminhou-se pelo corredor até a porta que dava para a capela-mor. Penetrando por ela, verificou que a igreja estava toda iluminada, altares, lustres e completamente cheia de fiéis. No altar-mor um sacerdote devidamente paramentado celebrava a missa. João Leite estranhou a nuca do padre muito pelada e branca, não se lembrado de calvície tão completa no clero de Ouro Preto. Os fiéis que enchiam a nave trajavam de preto e, entre eles, alguns cógulas e algumas mulheres com o hábito das Mercês, todas de cabeças baixas. Quando o padre celebrante voltou-se para dizer o “Dominus vobiscum”, João Leite constatou que era uma simples caveira que ele tinha em lugar da cabeça. Assustou-se um tanto e, nesse momento, reparando nos assistentes agora de pé, viu que eles também não eram mais do que esqueletos vestidos. Procurou logo afastar-se dali e, caminhando, deu com a porta que deitava para o cemitério completamente aberta”.