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Palacete do Visconde de Trovões em 2012

Foi construído entre 1909 e 1911 pelo empreiteiro Emigdio Joze Lo Ferreira para ser a sua residência após o seu regresso do Brasil.

Em 1955, o palacete foi adquirido pela Câmara Municipal de Matosinhos ao seu proprietário de então, Eurico Felgueiras que nos anos 50 era o sócio principal do Banco Sousa Cruz., acolhendo nas suas instalações a Escola Industrial e Comercial de Matosinhos desde outubro desse ano (entre outros, foram diretores da EICM o falecido Dr. Luís Maria da Silva Fontela, autor dos livros de Cálculo Comercial e de Contabilidade, e o falecido Eng.º João Machado Gouveia), depois uma Secção do Liceu D. Manuel II e, mais tarde, a Escola Preparatória António Nobre.

Nos últimos anos, o edifício funcionou como sede da Polícia Municipal e como Biblioteca Municipal, de dezembro de 1987 a 2005, estando atualmente desativado.

 

Emigdio Joze Lo Ferreira (assim se escrevia o seu nome quando nasceu) / Emidio José Ló Ferreira (assim se escrevia o seu nome quando casou):

neto paterno de Antonio Pereira Crasto e Jozefa Maria que viveram depois de casados na freguesia de Santa Marinha de Trevoens do concelho de S. João da Pesqueira do Distrito de Viseu e da Diocese de Lamego;

neto materno de Antonio Lo e Maria Tereza Torga que viveram depois de casados na mesma freguesia;

filho do jornaleiro Antonio Pereira Crasto e de Maria Rita que nasceram e viveram nessa freguesia, nasceu pelas 19:00 de 16/09/1863 na dita freguesia e foi batizado na Igreja paroquial de Santa Marinha de Trevoens pelo Reitor Antonio de Souza Lobatos a 09/11/1863 tendo sido seus padrinhos o proprietário Joze Maria Lo Ferreira e a doméstica Clemencia Augusta Rita Pinto que sabiam escrever nessa altura;

ainda jovem, veio entre 1884 e 1885 trabalhar para Matosinhos com o seu parente Joaquim Maria Lo Ferreira, mais novo 3 anos e filho dos seus padrinhos, atraído pelas obras de construção do porto de Leixões (Joaquim Maria Lo Ferreira era neto paterno de Miguel Joze Lo e Maria Tereza Ferreira que nasceram e viveram na dita freguesia, era neto materno Narcizo Pinto e Agueda Maria que viveram depois de casados na mesma freguesia, era filho do proprietário Joze Maria Lo Ferreira e da doméstica Clemencia Augusta Rita Pinto que nasceram e viveram nessa freguesia, nasceu a 10/05/1867 pelas 20:00 na dita freguesia, foi batizado na Igreja paroquial de Santa Marinha de Trevoens a 28/06/81867 pelo mesmo Reitor e, ainda jovem, veio entre 1884 e 1885 trabalhar para Matosinhos com o seu parente Emigdio Joze Lo Ferreira, mais velho 3 anos e afilhado dos seus pais);

quando casaram na Igreja paroquial de São Salvador de Mathozinhos em julho de 1886, o Emidio era jornaleiro e o Joaquim era empregado nas obras de construção do porto de abrigo artificial de Leixões morando ambos na então R. do Juncal de Baixo (a partir de 18/12/1890, R. Roberto Ivens terminando nessa altura a sul junto da R. do Godinho onde começava para sul o Areal do Prado);

Joaquim Maria Lo Ferreira (2.º primo do Emidio, se o avô materno deste, Antonio Lo, era irmão do avô paterno daquele, Miguel Joze Lo) casou a 19/07/1886 na Igreja paroquial de São Salvador de Mathozinhos com Clotilde Gloria Fernandes (de 20 anos, natural da freguesia de Santa Valha do concelho de Vallepassos do distrito de Bragança, moradora na mesma R. do Juncal de Baixo e filha ilegítima de João de Deus Fernandes, natural do concelho de Vinhais, e de Anna de Jesus, natural de Leiria);

Emidio José Ló Ferreira casou 3 dias depois, a 22/07/1886 na mesma igreja, com Cacilda Leonor Marques (de 16 anos, tinha nascido pelas 03:00 de 06/03/1869 na R. do Juncal de Baixo, tinha sido batizada a 11/03/1869 na então Igreja paroquial do Salvador de Bouças de Matozinhos pelo padre Francisco Angelo Paes Pacheco, Coadjuctor da freguesia, tendo sido seus padrinhos o pescador Antonio Luis e a sua filha solteira Anna Francisca que viviam na mesma rua, não sabia escrever quando casou, era filha do pescador Manoel Marques e da sua 2.ª mulher Josefa Martins Leonor que nasceram em Matosinhos e foram casados a 16/07/1859 na Igreja paroquial do Salvador de Bouças de Matozinhos pelo Reitor da freguesia Manoel Pinto de Carvalho vivendo ambos na mesma R. do Juncal de Baixo desde antes de 1859, era neta paterna de João Marques e Rozaria Maria da Silva, e era neta materna de Antonio Martins, natural da freguesia de Santa Marinha de Villar do concelho de Terras do Bouro, e de Maria Leonor, natural de Matosinhos, casados na Igreja paroquial do Salvador de Bouças de Matozinhos a 15/08/1834 pelo Reitor Luiz Manoel Moutinho);

Emidio e Cacilda tiveram pelo menos 2 filhos (Maria José Ló Ferreira que veio a casar com Luiz Antunes de Mesquita não tendo tido filhos, Ernesto José Ló Ferreira, 'O Trovões', que foi preso pela PIDE entre 18/05/1938 e 24/09/1940 e tinha casado com Olinda Costa Correia da qual teve a 07/08/1920 a sua filha Palmira que, por sua vez, veio a casar com António Teixeira Rodrigues nascido em Vila Real a 01/05/1911 e comerciante nesta cidade com a sua loja 'Garota das Meias');

a 05/06/1894, foi tornado Fidalgo Cavaleiro pelo rei D. Carlos I;

partiu depois de Matosinhos para o Brasil em busca de fortuna, onde já se encontrava desde 1883 no Rio de Janeiro Alfredo do Nascimento Ló Ferreira, irmão de Joaquim Maria Ló Ferreira (pois a 24/03/1883, foi emitido um passaporte em nome de Alfredo do Nascimento Ló Ferreira, então com 17 anos e residente no lugar de Ferrões do concelho de S. João da Pesqueira, ajudante de farmácia que pretendia ir para o Rio de Janeiro);

em S. Paulo, e com a ajuda do então governador do Estado brasileiro de Manaus entre 23/07/1904 e 23/07/1908, o Coronel Antonio Constantino Nery (Manaus, 08/12/1859 - Belém, Pará, 19/091926) que o incumbiu da construção de vários edifícios, ganhou muito dinheiro no sector da construção civil como empreiteiro e também no sector da borracha;

regressando a Portugal, e em homenagem ao seu 'protetor' em terras brasileiras, construiu o Cineteatro Constantino Nery que foi inaugurado a 10/06/1906 em Matosinhos na Av. Serpa Pinto ao lado do n.º 226;

um Alvará do rei D. Manoel II, de 12/08/1909, concedeu-lhe o título de 1.º Visconde de Trevões e outro, de 22/08/1909, concedeu-lhe autorização para usar o respetivo Brasão de Armas devido às suas obras beneméritas em prol do concelho de Matosinhos;

Aainda em Matosinhos, construiu entre 1909 e 1911 a sua nova residência que veio depois a ser conhecida como o Palacete do Visconde de Trevões;

impulsionou, juntamente com outros, a construção do Bairro dos Pescadores;

ordenou o calcetamento de todo o adro da Igreja do Bom Jesus de Matosinhos, obra esta inteiramente suportada pela sua fortuna ?????;

homem simples, mas inteligente, foi benemérito ilustre até ao momento em que iniciou carreira no sector das pescas, para a qual não estava preparado e que lhe consumiu pouco a pouco muitos dos seus bens;

foi condecorado com o grau de Comendador da Ordem de Cristo;

foi Irmão da Santa Casa da Misericórdia de Vila Real desde 1922, morando então no seu palacete em Matosinhos;

a sua esposa Cacilda, a Viscondessa de Trevões, faleceu a 20/06/1927, com apenas 38 anos;

em 1930, foi réu num processo de ação primária movido por Alberto Marques Abrantes e Maria de Jesus Amaral Marques na 1.ª Secção do Tribunal Judicial da Comarca de Vila Real;

foi sócio da Associação Comercial e Industrial de Matosinhos, desde antes de 1938;

faleceu em 1942 na sua Quinta de Almodena em Vila Real, havendo ainda hoje o Bairro da Quinta de Almodena nesta cidade.

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Uploaded on October 1, 2015