Back to album

Dialogando com o Poeta MAURO MOTA

CHUVA DE VENTO

 

De que distância

chega essa chuva

de asas, tangida

pela ventania?

 

Vem de que tempo?

Noturna agora

a chuva morta

bate na porta.

 

(As biqueiras da infância, as lavadeiras

correm, tiram as roupas do varal,

relinchos do cavalo na campina,

tangerinas e banhos no quintal,

potes gorgolejando, tanajuras,

os gansos, a lagoa, o milharal.)

 

De onde vem essa

chuva trazida

na ventania?

 

Que rosas fez abrir?

Que cabelos molhou?

 

Estendo-lhe a mão: a chuva fria.

 

600 views
6 faves
49 comments
Uploaded on August 3, 2007