Osvaldo Santos Lima
Chuva
Sente? A textura da cor perdida em passado próximo. Sente? Sente que a guilhotina do obturador cortou em fina lâmina a vida. Sente? Sente o mesmo do qu'eu? Ah, vontade minha de acompanhar a chuva e me precipitar de novo e de novo e de novo sobre tudo que ama neste mundo. Sente agora? A brisa escondida por detrás das folhas, a gaiola de não-pássaros aberta, o café não servido sobre a toalha de mesa ausente. Sente? A mão sobre a câmera lembrando-me a primeira vez, a arrebatadora vez que me entreguei à fotografia. Sente, sente agora? Pois aqui sinto tanto cada imagem finda como se nela visse outras tantas. Sente que sinto assim?
Osvaldo Santos Lima
Chuva
Sente? A textura da cor perdida em passado próximo. Sente? Sente que a guilhotina do obturador cortou em fina lâmina a vida. Sente? Sente o mesmo do qu'eu? Ah, vontade minha de acompanhar a chuva e me precipitar de novo e de novo e de novo sobre tudo que ama neste mundo. Sente agora? A brisa escondida por detrás das folhas, a gaiola de não-pássaros aberta, o café não servido sobre a toalha de mesa ausente. Sente? A mão sobre a câmera lembrando-me a primeira vez, a arrebatadora vez que me entreguei à fotografia. Sente, sente agora? Pois aqui sinto tanto cada imagem finda como se nela visse outras tantas. Sente que sinto assim?
Osvaldo Santos Lima