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Tocando as valvulas que pulsam a vida....

Pensando na Ana Maria Santeiro

Na Eliana Botan

e no Martinusso....

 

Capitulos inesqueciveis de minha existencia.....

 

Fudida, mas bela....

 

 

 

O onibus estava animado, sentavamos ao fundo, feriado, saquinho de leite escondido no banheiro, boquete...

E o trumpete tocava em minha cabeca, a cada vez que eu atingia o orgasmo, o tejo escorrendo no cobertor que cobria sua

cabeca, luzes ....

Nenhuma.

 

E a unica animacao no onibus talvez fosse

o balanco de sua cabeca em meu colo.

 

Fazer amor no onibus, que doidera...

E a minha unica loucura foi ter me envolvido com voce, com seus olhos verdes, seus cabelos vermelhos, seus

inescrupulos, suas longas unhas a marcar minha alma.

 

Divisa de estados a 5 quilometros...

Espirito Santo a vista, dizia o meu telhado....

 

E apertamos a campainha demos o sinal, carregamos a muchila, o liquinho, o saquinho de leite com 500 gramas e o peso da barraca nas minhas costas, ja estavamos na praia, qual?

Nao sei...

 

Meus 20 anos de boy, "that's over by now baby", e o lindo som do mar, a acalmar meus testasteromas....

 

Sem saber onde estavamos, montamos a barraca, fiz a valeta, toquei minha gaita, com meu calcao azul...

 

E eu sarado, e ela, melada, louca de prazer, ou desejos, e minha maior preocupacao era manter minha lucidez,

esquecer que seu passa tempo era jogar roleta russa, na esquina, com seus "amigos", que sua loucura era quimica, a minha matematica, a sua o desrespeito a vida, a minha o amor a ela, ao lembrar das curvas que nos

encontraram, sempre relembro que sua vida nao era reta, que voce, sem meta vivia um mundo irreal...

Seu mundo era de conto de fadas, o meu; de ponto e virgula, de esperanca

e paz...

 

E eu tocava minha gaita, e o sol se punha, eu caboclo mineiro, voce, talvez sem mundo, sua colacao de grau, sua advocacia, sua vida, talvez prestes a um ponto final...

 

E juntos repartiamos o conteudo do saquinho de leite, o por do sol, a gaita e o que restava do meu calcao azul...

 

Tejo,

sal,

gaita,

fumo,

barraca,

e o Passat com o farol acesso se aproximando, e ele branco, e eu palido de medo,

voce na barraca, la dentro....

E eles se aproximando...

 

Motor

ruido,

portas se abrindo,

e os quatro quarda roupas ao meu encontro...

 

E eu franzino, com a gaita entre punhos dizendo...

"Pare ai malandro ou eu vou lhe dar um teco"...

 

E eu acho que eles me filmaram antes do outro lado da praia, e meu cromado da gaita nao assustava ninguem, e eles se aproximavam, e o mundo seguia seu rumo, mas so que, em camara lenta, Eu o alvo, eles os bandidos, e voce dentro....

 

Um caminhao que havia parado a pouco, tocava no seu "tape deck",

 

"Misturando a minha maluques

controlando a minha lucidez

eu vou ficar

ficar com certeza

maluco beleza"...

 

E a um passo do paraiso, (pois eh)

dizem os muculmanos, que nesse momento encontraremos 200 virgens

no reino do ceu, eu ja quaze batendo no portao da felicidade escutei voce...

 

Para ai mermao, que que ta rolando?

Vaza, vaza, sai fora maluco, ou eu te fecho sem nem mesmo rezar o Pai nosso...

 

Eu espantado ofegando fundo, beliscava me, atento ao seu proximo movimento. ao aperto dos olhos, antes de precionar o gatilho...

 

Gracas a Deus ...

E ao seu .38, cromado, cheio de balinhas para alegrar a mocada...

 

Pensando bem, ela devia ter queimado os filhos da grande puta, enfiado balas,

palitos em suas fantasias de bandidos,

e eu agora todo poderoso, queria enfiar entao

o cano no cu dos chegados, faze-los gritar "ai que Kibom Kibom Kibom

tra la la Kibom Kibom", como que palito no cu dos outros fosse refresco.

 

E nesse momento eu fiquei feliz, gostei e entendi sua roleta russa, e entendi que no mundo, existe o bem e o mal...

 

E eu achei mais uma vez que a vida era bela....

Fudida, mais; bela..

 

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Uploaded on September 20, 2007