Fred Matos
condição (re-edição)
o cão abanava seu raio de sol
quando a moça
labareda de cores na cabeça
procurou no espelho cego
vestígios do que não fora
de outro ego que era quimera
mas que jamais esquecera
o mar que a tudo assistira
julgou que era um equívoco
uma moça de tanta beleza
procurar a que jazia
nas névoas do inconsciente
uma que não se exibia
mas de libido incontrolável
o espelho que não decifrara
o que a moça esperava dele
alternava na alucinada face
feições de inúmeras espécies
de flores
de ninfas
de aves
de peixes
mas nenhuma imagem exibia
aquela que a moça queria
quando a lua trouxe o vento
juntou aleatoriamente
os cacos em que se partira
a moça de olhos marítimos
com cobiça de cortesã
mas o seu âmago escorrera
para o córrego do amanhã
amanhã ainda estará
o cão abanando seu raio
moços e moças sonhando
um futuro que ficou no passado
um futuro que é só ilusão
mas é esta a única estrada
é esta a nossa condição.
Poema e foto:
Fred Matos
condição (re-edição)
o cão abanava seu raio de sol
quando a moça
labareda de cores na cabeça
procurou no espelho cego
vestígios do que não fora
de outro ego que era quimera
mas que jamais esquecera
o mar que a tudo assistira
julgou que era um equívoco
uma moça de tanta beleza
procurar a que jazia
nas névoas do inconsciente
uma que não se exibia
mas de libido incontrolável
o espelho que não decifrara
o que a moça esperava dele
alternava na alucinada face
feições de inúmeras espécies
de flores
de ninfas
de aves
de peixes
mas nenhuma imagem exibia
aquela que a moça queria
quando a lua trouxe o vento
juntou aleatoriamente
os cacos em que se partira
a moça de olhos marítimos
com cobiça de cortesã
mas o seu âmago escorrera
para o córrego do amanhã
amanhã ainda estará
o cão abanando seu raio
moços e moças sonhando
um futuro que ficou no passado
um futuro que é só ilusão
mas é esta a única estrada
é esta a nossa condição.
Poema e foto:
Fred Matos