Francis Wiermann
Narcissus Garden Inhotim 2009
“NARCISSUS GARDEN INHOTIM” (2009), DE YAYOI KUSAMA, É UMA DAS NOVAS INSTALAÇÕES PERMANENTES INAUGURADAS EM INHOTIM
Narcissus garden Inhotim (2009) é uma nova versão da escultura-chave de Yayoi Kusama, originalmente apresentada em 1966 para uma participação extra-oficial da artista na Bienal de Veneza. Naquela ocasião, Kusama instalou, clandestinamente, sobre um gramado em meio aos pavilhões oficiais, 1.500 bolas espelhadas que eram vendidas aos passantes por dois dólares cada. A placa colocada entre as esferas – “Seu narcisismo à venda” – revela de forma irônica sua mensagem crítica ao sistema da arte. Desde então, a obra acumulou um longo histórico de exposições, passando por importantes museus e espaços urbanos do mundo. Pela primeira vez na América Latina, a obra será instalada em Inhotim no terraço-jardim do Centro Educativo Burle Marx, estabelecendo um diálogo com a paisagem e a arquitetura do prédio.
Nessa versão, 500 esferas de aço inoxidável flutuam sobre o espelho d’água criando formas que se diluem ou se condensam de acordo com o vento e outros fatores externos. Evocando o mito de Narciso, que se encanta pela própria imagem projetada na superfície da água, a obra constrói um enorme espelho, composto por centenas de espelhos convexos, que distorcem, fragmentam e, sobretudo, multiplicam a imagem daqueles que a contemplam. Em sua releitura do mito, Kusama o desconstrói na medida em que proporciona uma experiência de dispersão da imagem, que ali é refratada ad infinitum, ao contrário da ilusão de unidade e completude vivenciada por Narciso.
Com um vocabulário que vai da pintura à instalação e com uma ampla gama de relações com movimentos artísticos, do minimalismo à artes pop e feminista, a obra de Yayoi Kusama é inconfundível e extremamente auto-referencial. Sua obsessão por padrões circulares e protrusões fálicas remete às alucinações que a artista vivencia desde a infância, algo que ela exorciza ao aplicar este motivo compulsoriamente em suas obras.
Yayoi Kusama (Nagano, Japão, 1929; vive em Tóquio) mudou-se em 1957 para Nova York, passando a fazer parte do intenso cenário artístico da época. Atormentada pelo distúrbio psiquiátrico que a acomete desde a infância, ela retornou ao Japão no início dos anos 1970. Entre suas principais recentes exposições destacam-se “The Mirrored Years”, no Museum Boijmans Van Beuningen (Roterdã, 2008); “Eternity-Modernity”, no National Museum of Modern Art (Tóquio, 2004-2005) e “Love Forever: Yayoi Kusama 1958-1969”, Los Angeles County Museum of Art. Em 1993, Kusama retornou à Bienal de Veneza, desta vez como representante oficial do Japão.
Fonte: www.inhotim.org.br/
Narcissus Garden Inhotim 2009
“NARCISSUS GARDEN INHOTIM” (2009), DE YAYOI KUSAMA, É UMA DAS NOVAS INSTALAÇÕES PERMANENTES INAUGURADAS EM INHOTIM
Narcissus garden Inhotim (2009) é uma nova versão da escultura-chave de Yayoi Kusama, originalmente apresentada em 1966 para uma participação extra-oficial da artista na Bienal de Veneza. Naquela ocasião, Kusama instalou, clandestinamente, sobre um gramado em meio aos pavilhões oficiais, 1.500 bolas espelhadas que eram vendidas aos passantes por dois dólares cada. A placa colocada entre as esferas – “Seu narcisismo à venda” – revela de forma irônica sua mensagem crítica ao sistema da arte. Desde então, a obra acumulou um longo histórico de exposições, passando por importantes museus e espaços urbanos do mundo. Pela primeira vez na América Latina, a obra será instalada em Inhotim no terraço-jardim do Centro Educativo Burle Marx, estabelecendo um diálogo com a paisagem e a arquitetura do prédio.
Nessa versão, 500 esferas de aço inoxidável flutuam sobre o espelho d’água criando formas que se diluem ou se condensam de acordo com o vento e outros fatores externos. Evocando o mito de Narciso, que se encanta pela própria imagem projetada na superfície da água, a obra constrói um enorme espelho, composto por centenas de espelhos convexos, que distorcem, fragmentam e, sobretudo, multiplicam a imagem daqueles que a contemplam. Em sua releitura do mito, Kusama o desconstrói na medida em que proporciona uma experiência de dispersão da imagem, que ali é refratada ad infinitum, ao contrário da ilusão de unidade e completude vivenciada por Narciso.
Com um vocabulário que vai da pintura à instalação e com uma ampla gama de relações com movimentos artísticos, do minimalismo à artes pop e feminista, a obra de Yayoi Kusama é inconfundível e extremamente auto-referencial. Sua obsessão por padrões circulares e protrusões fálicas remete às alucinações que a artista vivencia desde a infância, algo que ela exorciza ao aplicar este motivo compulsoriamente em suas obras.
Yayoi Kusama (Nagano, Japão, 1929; vive em Tóquio) mudou-se em 1957 para Nova York, passando a fazer parte do intenso cenário artístico da época. Atormentada pelo distúrbio psiquiátrico que a acomete desde a infância, ela retornou ao Japão no início dos anos 1970. Entre suas principais recentes exposições destacam-se “The Mirrored Years”, no Museum Boijmans Van Beuningen (Roterdã, 2008); “Eternity-Modernity”, no National Museum of Modern Art (Tóquio, 2004-2005) e “Love Forever: Yayoi Kusama 1958-1969”, Los Angeles County Museum of Art. Em 1993, Kusama retornou à Bienal de Veneza, desta vez como representante oficial do Japão.
Fonte: www.inhotim.org.br/