Back to photostream

Quando eu morrer

Quando eu morrer e no frescor de lua

Da casa nova me quedar a sós,

Deixa-me em paz na minha quieta rua...

Nada mais quero com nenhum de vós!

 

Quero é ficar com alguns poemas tortos

Que andei tentando endireitar em vão...

Que linda a Eternidade, amigos mortos,

Para as torturas lentas da Expressão!...

 

Eu levarei comigo as madrugadas.

Pôr-de-sóis, algum luar, asas de bando,

Mais o rir das primeiras namoradas...

 

E um dia a morte há de fitar com espanto

Os fios de vida que eu urdi, cantando,

Na orla negra do seu negro manto...

(Mário Quintana)

Foto obtida no Cemitério São Miguel e Almas (PoA)

2,427 views
16 faves
64 comments
Uploaded on March 30, 2007
Taken on March 30, 2007