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Samsara

Ela, aqui, vive triste e a chorar

Ele, soturno, entregue à solidão

entre eles

um imenso

profundo e negro abismo denso

disposto a, velozmente, silenciar

para sempre toda aquela paixão

 

Os risos já raros de tanto sofrer

cerraram seus lábios com agonia

de repente

um criador

desmedido, agudo e grave de dor

abre nossos olhos e nos deixa ver

a mais óbvia e intensa melancolia

 

Eles sabem que nada é definitivo

e que é notória a impermanência

do viver

e assim

até aquele infame e temeroso fim

aparentemente cruel e destrutivo

dá luz à uma renovada existência.

 

 

 

Claudia Fernandes

 

 

 

Boa sexta.

 

Bjo.

 

 

 

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Uploaded on August 17, 2007