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Refle-cão

Um cão

em reflexão.

 

Ele é chamado Pingüim. Minha mãe o chama assim.

A fazenda Taperão é fiel depositária de todos os cães ganhados pelos netos de dona Madalena ou por meu pai. Depois que os meninos se cansam dos filhotes, que crescem - é inevitável -, os cães são levados para a roça, até a velhice ou até que encontrem a morte pelos pastos ou estradas.

Este, um fox paulistinha - acho - foi um presente de um amigo de meu pai.

Tinha também uma irmã gêmea. Batizei-o Rico. E à sua irmã, Lolita. Morreu cedo a pobre, possivelmente depois de comer um rato envenenado.

Minha mãe tem o costume, porém, de nunca se contentar com os nomes que damos aos cães ali depositados. Sempre os rebatiza. Chamou-o Pingüim, por causa do pêlo preto e branco. Prefere os nomes mais prosaicos.

 

Ignoro se os cães têm qualquer reflexão sobre o sentido da vida ou a felicidade. Mas, parece-me, ali eles são felizes. Ao menos gozam da liberdade de ir e vir, de comer carniça, de sair à caça. E de se sentar assim, no alto, avistando a fazenda e esperando findar a tarde.

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Uploaded on September 10, 2007
Taken on June 22, 2005