Some colour in my gray world

The Infante Dom Pedro Park

 

 

"Caminhava por aí sem destino. A luz do Sol dava ao meu mundo cinzento uma tonalidade ainda mais branca de pálido que obnubilava a minha visão numa névoa encandeante e sem detalhe. Desorientada neste vórtice de luz, ao longe vislumbro o que pensei ser a porta do tempo, aquela porta que me poderia permitir, ao trespassá-la, colocar-me em cada instante desejado de uma felicidade que nunca tive. Caminho confusa por entre um estranho matagal de sóis sem cor e ao fim de todo o esforço deparo-me com a porta fechada… Afinal o tempo não passa de uma ilusão, de algo que apenas nos habituámos a contar e a desejar manipular ao nosso gosto.

Inicio o meu árduo percurso de regresso ao ponto de partida sem ter a certeza do caminho que os meus pés doridos pisavam. Meus olhos se encheram de lágrimas de uma profunda desilusão, escorrendo como uma fonte até ao chão. Olho então para trás e, no meio daquele vórtice arrepiante vislumbro teu rubro amor brilhando sobre o implacável tempo que minhas lágrimas dissolveram."

© 2015 Olhando o Sol

 

 

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