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França - Foix - Este Castelo é um dos principais lugares associados ao Catarismo, sofreu várias investidas na sua história, entre elas a de Simão de Monforte durante a Cruzada Albigense mas sempre resistiu, e só foi conquistado devido a uma traição.

Este imponente castelo de Foix é um importante centro de atracão turística da cidade de Foix e é igualmente conhecido por ser um dos principais lugares associados ao Catarismo. No século IX foram construídos os pilares do que atualmente é o Castelo, mas que na verdade começou por ser uma abadia de estilo carolíngio, possivelmente fortificada, que no século X foi consagrada a São Volusiano, Santo pelo qual os condes de Foix sentiram grande devoção ao longo do tempo. A abadia acabou por ser destruída durante as Guerras religiosas em França. Também é conhecido que Carlos Magno, possivelmente dentro de uma política de reforço da defesa dos Pirenéus com os mouros que tinham ocupado a península ibérica, reforçou e modernizou o conjunto defensivo deste Castelo.

 

Segundo alguma documentação conservada, a existência do castelo está comprovada desde o ano 987, e no ano 1012, figura no testamento outorgado por Roger II de Cominges "o velho", Conde de Carcassonne, e conde de Razés, (uma família senhorial proprietária da região que se tinha instalado neste lugar que permitia o controlo das vias de acesso à parte alta do vale de Ariège, podendo observar deste ponto estratégico todo o seu vasto território e que por sua vez lhes permitia a proteção atrás de uma muralha inconquistável,) que legou a fortaleza ao seu filho mais novo Bernardo I Rogério de Foix, o qual herdava o condado de Couserans e parte do condado de Razés. Excluindo isto, existem muito poucos dados sobre os antecedentes deste primitivo castelo. Em 1034, o castelo tornou-se sede do condado de Foix, determinando um importante papel na história militar Medieval. Durante os dois séculos seguintes, o castelo protegeu não só os condes como também as personalidades inspiradoras da resistência Occitana durante a Cruzada contra os Cátaros, tornando-se assim este condado no refúgio privilegiado dos Cátaros perseguidos. No ano de 1116, Raimundo Berenguer III, o Grande conde de Barcelona, interveio militarmente na cidade e no castelo para pôr fim a uma revolta anti catalã. O castelo, que sofreu várias investidas na sua história, entre elas, as de Simão de Monforte em 1211 e 1212, resistiu sempre aos assaltos bélicos, e só foi conquistado numa ocasião, em 1486, devido a uma traição ocorrida por causa de combates entre as duas ramificações da família Condal de Foix. Proeza da época, os Condes lograram preservar o seu território da anexação a outros estados e inclusive experimentaram uma ascensão política. No entanto em Junho do ano 1272, Roger Bernardo III, conde de Foix e visconde de Castelbo rendeu-se ao rei de França, depois de este sitiar o castelo e ter encerrado o Conde numa masmorra até que finalmente este se rendeu e aceitou prestar vassalagem ao rei da França. A torre Redonda (em destaque na foto) foi construída no século XV, e é a mais recente, já que as duas torres quadradas foram construídas antes do século XI. Serviram como prisão para presos políticos e civis durante quatro séculos, até 1862. Em meados do século XIX o castelo de Foix foi declarado Monumento histórico pelo governo Francês. Nesse mesmo século, o castelo foi objeto de uma intensa restauração, tendo como principal objetivo recuperar o seu estilo Medieval.

 

Desde 1930, o castelo acolhe as coleções do Museu do Departamento de Ariège. Pré-história, arqueologia galo-romana e medieval, etc., este vastíssimo acervo atesta a história de Ariège desde os tempos mais remotos. Atualmente, o Museu organiza as suas coleções sobre a história do nascimento do castelo tentando mostrar como era a vida do Foix no tempo dos Condes. É igualmente interessante o espetáculo “Era uma vez…no Foix” que a cada verão se organiza no Museu e durante o qual todo o castelo permanece iluminado. Sentimo-nos uns privilegiados por ter tido a possibilidade de visitar não só esta imponente construção medieval mas também o seu museu arqueológico, que sem dúvida nos transporta a um mundo que pela distância de tempo nos atrai e nos fascina de uma forma mágica e nos leva a pensar que não é só nos dias que correm que vivemos tempos difíceis, tivéssemos nós vivido nesse tempo e talvez valorizássemos mais as liberdades e o conforto do mundo em que vivemos.

 

 

A lenda da ponte do Diabo em Montoulieu

 

 

Perto da incrível fortaleza de Foix, na região do Languedoc, França, não muito longe da fronteira com a Espanha há uma ponte. É a ponte Montoulieu que ainda hoje existe e é visitada por muitos turistas, apesar da sua ligação a histórias do Demo... Se você cruzar esta ponte é melhor que não tenha nenhum pecado pendente pois reza a lenda que ela foi construída pelo próprio Diabo, são poucos os corajosos que se atrevem a cruzar a ponte de noite e mesmo aqueles que possuem tal coragem ficam assombrados ao ouvirem ruídos e a sensação do Diabo a espreitar as suas almas...

 

Reza a lenda que numa manhã, Raymond Roger, conde de Foix, acordou de péssimo humor, passara mal a noite por culpa do javali que jantou na noite anterior". Desse jeito, selou o seu cavalo favorito e partiu a galope rumo às montanhas, este atravessou logo o burgo de Foix e entrou pelo caminho que corre ao longo do rio Ariège, cavalgando pelo lado esquerdo no sentido contrário da correnteza, assim passou por Ferrières e Prayols. Mas logo depois passou-lhe pela cabeça atravessar para o outro lado, desta feita mandou o cavalo cruzar o rio, porém, naquele lugar o rio Ariège corre entre paredes de pedra enormes e a água é profunda, o cavalo com medo recusou-se a passar. O conde ficou furioso, deu meia-volta e voltou para o castelo. Imediatamente mandou vir o barão de Saint-Paul, e disse-lhe furioso: “Sr. barão, esse desvio do rio na sua região põe-me em cólera...” Mas, meu senhor, sempre foi assim desde que existe esse rio! “Chega, exclamou o Conde, ordeno-te que construas uma ponte no local e rápido! “Bom. sim... Eu vou tentar, sussurrou o barão preocupado diante da perspetiva de uma tarefa quase impossível. “Se num mês a ponte não estiver concluída, a tua vida vai ficar por um fio!”E dito isto o conde retirou-se deixando o pobre barão completamente desolado.

 

Acontecia que o barão era um poeta que não se preocupava com o dia de amanhã e gastava logo todo dinheiro que ganhava. Por isso, ele não tinha um tostão sequer para começar os trabalhos. Então, ele que sempre cantava alegremente dai para a frente ficou pensativo e triste. Os dias passavam e não aparecia nenhuma solução. Ele foi até aos arrabaldes do Ariège e muito desanimado lamentou-se: “Ah! Eu faria um pacto até com o diabo para sair desta enrascada!” O diabo que estava a espreita e tinha soprado essa ideia na cabeça barão, de imediato apareceu “¨Aqui estou eu, disse uma voz por trás do barão. O diabo cheirando a enxofre mostrou-se estendeu-lhe a mão dizendo: “A tua ponte estará pronta no dia combinado! “É verdade, exclamou o Barão! Não posso acreditar, mas se assim é, bem, muito obrigado... Quer dizer... Bom, sim, sim, obrigado, gaguejou o tolo barão. “Sim, sim mas, disse o diabo. “Mas o que é que você me vai dar em troca? “Quer dizer... Bem, gaguejou o barão compreendendo tarde demais que tinha enfiado os pés pelas mãos. “Você não tem dinheiro, eu sei, continuou o diabo manhoso a falar, “olha aqui!” O Camafeu pegou numa pedra e atirou-a ao Barão. Na hora de apanhá-la, o Barão viu que esta se tinha transformado em moedas de ouro! “Mas, eu quero dizer, não sei... “O que eu quero…, Nessa hora o olhar do Mafarrico faiscava como fogo do inferno, é que você me entregue a alma do primeiro que passar pela ponte! ”O barão fechou os olhos e disse: “Certamente! Eu juro-te pela minha honra que a alma do primeiro ser vivente que passar pela ponte será tua!” E cada um partiu para seu lado. Mas a partir daquela data, o barão ficou cada vez mais triste. Ele tinha feito um pacto com o diabo! Cheio de remorsos, foi para o lugar onde vão todos os que tem necessidade de ser reconfortados, para a igreja do mosteiro de São Volusien. Envergonhado por o seu monstruoso pecado, ele escondeu-se por detrás da primeira coluna à direita, e deitou-se no chão a chorar. O irmão sacristão apercebendo-se desse homem estranho, sujo e suspeito, foi chamar o reverendíssimo abade: “Meu pai disse ele, acho que há um ladrão na igreja! “Um ladrão? Como assim? Vamos ver...O abade foi pé ante pé até ao homem deitado no chão cheio de terra e encharcado em suores, escutou e ouviu os prantos do infeliz. “Mas não é um ladrão! É um homem que sofre!”, sussurrou para o irmão. E, avançando, tocou o ombro do barão, dizendo: “Meu amigo venha.” Levou-o à sacristia onde reconheceu o barão de Saint-Paul. Este então contou-lhe o seu caso e a sua dor confessando o seu pecado. Quando a confissão acabou, o reverendíssimo padre disse estas palavras na orelha do barão sonhador e atrapalhado: “ O amanhã vos será necessário... Então vós fareis... então... Surgirá a solução! ”Ninguém ficou a saber o significado daquelas palavras saídas naquele momento. Mas o abade passou a noite a rezar muitas missas pelo Barão.

 

O pecador voltou para a sua casa, cantando como um passarinho de alegria. Entrementes, durante toda aquela noite, ouviu-se no vale o eco de uma barulheira infernal. Era um canteiro de obras que fazia um barulho pavoroso! Os aldeões de Montoulieu não puderam dormir toda a noite e no raiar da aurora deslocaram-se ao local para testemunhar incrédulos uma ponte bem construída sobre o perigoso ribeiro. Mais tarde Belzebu instalou-se sobre o murinho da ponte, aguardando o primeiro que ali passa-se para levá-lo ao inferno. E quando desabrochavam os primeiros alvores matinais do dia seguinte, envolto numa capa preta, apareceu o barão de Saint-Paul. O Camafeu zombou então, sim, você vai ser o primeiro! “Não não, respondeu o barão, o primeiro, aquele que é para ti olha está aqui! E abrindo uma sacola oculta sob a capa puxou um enorme gato negro que tinha uma panela amarrada na cauda. E o gato saiu disparado, usando todas as suas patas para atravessar a ponte. O Mafarrico furioso correu para pegar o Barão, quando na encosta de um morro apareceu uma procissão dos monges de São Volusien, cantando as ladainhas de todos os santos, com a Cruz na frente e o Abade exibindo o hissope e aspergindo a ponte com água benta. O Belzebu enfraquecido contentou-se com a alma do pobre gato, porém não parou de gritar jurando vingança. Vitória cantavam os monges e o barão! E assim durante muitos e longos anos poucas pessoas ousaram cruzar a ponte durante a noite com medo do Demo.

 

Entretanto, há mais de dez séculos que não se ouve falar de sinais de Lúcifer na ponte de Montoulieu. Se porventura você passear por ali e o encontrar, fique sabendo que foi você quem lá o atraiu!” - Há lá coisas…

 

 

 

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Uploaded on September 10, 2012
Taken on August 17, 2010