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França - Albi - a Catedral que tem forma de fortaleza.

Construída Para Comemorar A Aniquilação Dos Cátaros No Sul De França. A presente construção foi precedida por outras, sendo a primeira construção datada do século IV e destruída por um incêndio no ano 666. A segunda é datada de 920 e tinha o nome de Santa Cecília, que se mantém até hoje. Foi reformada no século XIII, sendo refeita em pedra. A igreja gótica que se vê hoje foi construída entre 1282 e 1480.

 

Quando chegamos ao centro de Albi, ficamos surpreendidos por ver quão grande é a catedral de Santa Cecília. A catedral de Albi é completamente feita de tijolo. Tem uma única nave central com capelas entre os contrafortes ao longo de todo o seu perímetro. É uma catedral aparentemente simples, mas que se destaca pela sua grandiosidade e beleza interior.

 

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) decidiu, ao final de 10 dias de discussões, incluir mais 21 locais na Lista do Património Mundial. Entre eles, um em território francês: a Cidade Episcopal de Albi, localizada na região do Midi-Pyrénées (sudoeste da França). A cidade de Albi, que ganhou notoriedade por ser o local de nascimento do pintor Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901), agora ganha destaque internacional – e, claro, aumenta o seu potencial turístico – pela preservação de um conjunto arquitectónico que foi erguido na Idade Média e que conseguiu manter as suas características arquitectónicas ao longo de centenas de anos.

 

Para ser considerado um bem excepcional e de valor único para a cultura da humanidade pela Unesco, os locais pretendentes devem deter pelo menos um dos critérios de selecção. A Cidade Episcopal de Albi reuniu não um, mas cinco factores que justificaram a sua inclusão na Lista: exemplo eminente de estabelecimento humano; exemplo eminente de tipo de construção; testemunho de uma troca de influências considerável; autenticidade; e integridade. Dentro do conjunto arquitectónico de Albi doravante Património Mundial, dois prédios são destacados: a catedral Sainte-Cécile (na foto) e o Palácio de Berbie, que alberga actualmente o Museu Toulouse-Lautrec ambos com as suas obras iniciadas no século XIII. A eles, junta-se a igreja Saint-Salvi e o seu claustro, a Ponte Velha (na foto) e também as margens do rio Tarn na área que vai da ponte velha até a ponte ferroviária.

 

Devido à utilização em casas e prédios públicos de um tipo de tijolo de cor avermelhada específico desta região da França, a cidade acabou por receber a alcunha da cidade vermelha. A origem do nome Albi é ainda campo de suposições. Poderia advir de "Alp", prefixo celta que significa local escarpado ou oppidum, ou ainda de "Albius", nome de um notável que viveu em Albi na época romana, ou mesmo de "alba" (branca, em Latim) por causa dos penhascos calcários em torno da cidade.

 

A Catedral Sainte-Cécile é um dos maiores edifícios em tijolo jamais construídos. A sua edificação teve início no ano de 1282, período em que os bispos da Igreja Católica começavam a exercer forte poder local. E essa influência foi tanto maior na medida em que o local era foco de uma das principais correntes de dissidência cristã, o Catarismo. Este movimento, que pregava uma vida totalmente desprovida de bens materiais, foi fortemente reprimido pela Igreja a partir de 1209 quando foi organizada a “Cruzada contra os Albigenses” pelo Papa Inocêncio III. A luta para sufocar os Cátaros durou 20 anos. A construção do Palácio de Berbie – inicialmente uma fortaleza para os bispos e depois residência episcopal a partir do século XVII – e da catedral faziam parte dessa estratégia da Igreja de impor a sua autoridade numa região povoada de heréticos. A cidade acabou por se desenvolver em torno desses dois grandes monumentos. Pouco a pouco, os bairros de Castelviel, Castelnau e de Combes, juntamente com a Pont Vieux, tornaram-se o núcleo principal da cidade, que receberia o nome justamente de Cidade Episcopal. Em 1482, finalmente foram concluídos os trabalhos da construção da catedral, no seu estilo gótico meridional. A pintura que representa o Dia do Juízo Final (1474-1484) e o conjunto de frescos em azul profundo que ornamentam a abóbada sobre o coro da catedral são verdadeiras obras de arte. Assim como o próprio órgão instalado ali no século XVIII.

 

Toulouse Lautrec

 

Henri Marie Raymonde de Toulouse Lautrec Monfa, a mais importante figura desta cidade nasceu numa família aristocrática, recebeu educação artística e foi um menino normal até os 14 anos, quando sofreu um acidente e quebrou o fémur esquerdo. Menos de um ano depois, quebrou o direito. Os traumatismos, aliados a uma doença óssea congénita atrofiaram as suas pernas e ele tornou-se praticamente um anão, com dificuldades locomotivas. Passou, então, a dedicar cada vez mais tempo à pintura. Em 1872, em Paris, ingressou no Liceu Fontanes e, em 1881, depois de se formar, decidiu tornar-se pintor. Um dos seus primeiros mestres, Léon-Joseph, defensor das normas académicas e contrário aos impressionistas, não gostava dos desenhos do aluno. Em 1883, Toulouse-Lautrec passou ao estúdio de Fernand Cormon, onde conheceu Van Gogh e Émile Bernard.

 

Apesar do apoio do novo mestre, sentia a estética académica como algo cada vez mais restritivo. Montou o seu próprio estúdio e passou a frequentar o bairro boémio de Montmartre em Paris, que tornaria célebre na sua obra. Ao contrário dos impressionistas, Toulouse-Lautrec tinha pouco interesse pelas paisagens e preferia os interiores. Pintou "Moulin Rouge", "Au salon de la rue des Moulins" e inúmeros retratos. O seu estilo transgredia as proporções anatómicas e as leis da perspectiva a favor da expressividade. Os traços rápidos e as cores intensas sugeriam movimento. A simplificação do contorno e o uso de grandes áreas numa só cor caracterizam os seus cartazes, que estão entre as suas obras mais significativas. A partir de 1892, Toulouse-Lautrec dedicou-se à litografia. Entre as mais de 300 que produziu, destaca-se a série "Elles", que retrata a vida nos bordéis. Nessa época o artista já estava entregue ao alcoolismo. Em 1899, após um colapso nervoso, passou alguns meses num sanatório mas voltou a beber. Henri de Toulouse-Lautrec morreu prematuramente, aos 36 anos, no castelo de Malromé em Gironde.

 

Apesar da excepcional popularidade de seus cartazes publicitários e das numerosas litografias, o reconhecimento da importância estética da sua obra demorou tempo a chegar. Recomendo vivamente a quem passar por esta bonita cidade que não deixe de visitar o Museu Toulouse-Lautrec que a par de exposições pontuais de outros artistas e de outros temas que não a pintura, é detentor no seu acervo da colecção deste artista singular.

 

 

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Uploaded on October 11, 2010
Taken on August 18, 2010