Back to photostream

PÁLIDOS OLHOS AZUIS

Nada se compara a ti, meu amor

Nada que eu procure

Te substitui

Neste conflito de estátuas presente, estonteante e vexado;

 

Ninguém me seca os olhos aguados

Por mais tempo que a solidão de uma fala,

Nada se passa no horizonte

Essa cortina desbotada e serena

Que chama a noite e esconde o sol,

Nada se compara a ti

Nesta beira do paraíso dos tormentos,

Das lamúrias, dos répteis andróginos

Labutando por um castigo socialmente compensador;

 

Fico no escuro da noite a olhar

E nada me serve, já nada me serve

Ou apazigua,

Persistem as crenças, sim, o conhecimento

Das causas, do princípio

Mas a angústia floresce

Neste desenraizamento que opera no equilíbrio justificado;

 

E, às vezes, mesmo aí

Mergulho na angústia de parte nenhuma

A nau das descobertas está a passar por aqui

Tu não chegas

E eu perco-me voluntário à procura

Recomeço na impossível procura,

Por estes dias um exercício estafado, risível e desgraçado

Plenamente falhado

A fogueira onde me encanto

É uma estranha fogueira de quente gelado

Pálidos olhos parados

Confiaras em mim?

 

Nada se compara a ti

Nada

No reflexo glauco das águas

Nada se compara a ti.

 

UHF I PÁLIDOS OLHOS AZUIS

Album: 69 STEREO I 1996

3,140 views
6 faves
28 comments
Uploaded on May 11, 2009
Taken on May 5, 2009