Golda Meir GS
“Nada”
De repente dou conta do meu ser, da minha existência, quebro o silêncio rarefeito que me vigia os passos, que me prende a voz, sugo a saudade inerte, a ausente palpitação de qualquer coisa, que navega dentro de mim...e reparo no nada, no vazio inquieto que suporta a nossa dor, o suor cansado que nos cobre o rosto, as cores, os sons, o sol posto. É tão bom poder sentir, olhar de frente o nada, mas saber que se vê tudo, pois o nada só é nada, se for tudo.
Só agora reparei como é bela a noite, a lua que a ilumina, os lampiões que a acompanham, mas não tristes e sós, a pedra recalcada, os caminhos desertos da calçada, que nos acompanham e nos abrigam a voz. É bom poder sentir o nada, quando se sente o nada dá-se valor ao tudo, que afinal não é mais que quase nada...
As sombras cansadas fazem parte de nós, mas não são nada sozinhas, pois tudo o que as faz sorrir, é o nada que as olha e as despe, sem se sentir. Quando acordares olha de frente o nada, e diz-me se sentiste o vazio percorrer o teu olhar, preencher cada espaço sem tempo, o nada que acontece, e diz-me se o nada existe, se me disseres que não, perguntar-te-ei o que é a existência? se me disseres que sim é porque olhas e consegues ver...
Daniel Camacho
“Nada”
De repente dou conta do meu ser, da minha existência, quebro o silêncio rarefeito que me vigia os passos, que me prende a voz, sugo a saudade inerte, a ausente palpitação de qualquer coisa, que navega dentro de mim...e reparo no nada, no vazio inquieto que suporta a nossa dor, o suor cansado que nos cobre o rosto, as cores, os sons, o sol posto. É tão bom poder sentir, olhar de frente o nada, mas saber que se vê tudo, pois o nada só é nada, se for tudo.
Só agora reparei como é bela a noite, a lua que a ilumina, os lampiões que a acompanham, mas não tristes e sós, a pedra recalcada, os caminhos desertos da calçada, que nos acompanham e nos abrigam a voz. É bom poder sentir o nada, quando se sente o nada dá-se valor ao tudo, que afinal não é mais que quase nada...
As sombras cansadas fazem parte de nós, mas não são nada sozinhas, pois tudo o que as faz sorrir, é o nada que as olha e as despe, sem se sentir. Quando acordares olha de frente o nada, e diz-me se sentiste o vazio percorrer o teu olhar, preencher cada espaço sem tempo, o nada que acontece, e diz-me se o nada existe, se me disseres que não, perguntar-te-ei o que é a existência? se me disseres que sim é porque olhas e consegues ver...
Daniel Camacho