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Edifício Marahú

Quando o Edifício Marahu foi projetado, em 1955, em São Vicente, a Baixada Santista vivia um particular boom. A abertura da Via Anchieta, entre 1947 e 1953 (a pista sul), propiciou uma corrida de paulistanos que queriam um pied à terre à beira-mar. Para sorte de Santos, São Vicente e Guarujá, o período coincidiu com a melhor produção arquitetônica da história do mercado imobiliário brasileiro. Muitos dos renomados arquitetos e engenheiros da capital desceram a serra e puseram seu talento a metros da areia.

Um desses profissionais era o engenheiro-arquiteto paulistano Lauro da Costa Lima. Nascido em 1917, ele estudou no Colégio São Bento e se formou em engenharia pelo Mackenzie em 1941. Seus primeiros projetos para São Vicente datam dos anos 1940. O arquiteto soube tirar proveito do terreno: os apartamentos têm vistas para a Praia do Itararé, nos fundos para a Praia dos Milionários, além da Porchat.

Tudo nele remete ao melhor da arquitetura moderna brasileira: os pilotis, a marquise sustentada por finas colunas em V, a ondulação da fachada que cita o Copan (lançado três anos antes). Com quinze andares, quatro apartamentos em cada, de dois e três quartos, teve alguns ocupantes ilustres, do ex-presidente Jânio Quadros ao falecido cartola do Corinthians Vicente Matheus.

 

Por Raul Juste Lores Redator-chefe de Veja São Paulo, é autor do livro "São Paulo nas Alturas", sobre a Pauliceia dos anos 50.

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Uploaded on December 13, 2020
Taken on November 12, 2020