History _
Sítio Arqueológico. Zeugma.
Gaziantep (Turquia) — Encruzilhada das rotas comerciais entre Ásia e Ocidente, Zeugma foi rica e esplendorosa antes de ser destruída por ataques. Os arqueólogos a comparam por sua beleza a Pompéia, a cidade coberta pela lava do Vesúvio em 79.
Erguida por um general de Alexandre Magno às margens do Eufrates, a antiga cidade de Zeugma foi coberta pelas águas de uma represa, enterrando num piscar de olhos — e para sempre — uma história que começou a ser construída três séculos antes de Cristo.
A campanha internacional para tentar salvar Zeugma teve fim este mês, quando as águas da represa de Birecik, perto de Gaziantep (sudeste da Turquia), cobriram parte da cidade: quando totalmente cheia, inunda até 30% dos 2.000 hectares da área.
Mas a corrida contra o relógio de quatro meses permitiu que mais de cem arqueólogos turcos e estrangeiros estudassem a cidade, salvando assim alguns de seus tesouros mais conhecidos.
‘‘Sinto-me ao mesmo tempo feliz e triste. Uma parte de Zeugma foi inundada, mas nós fizemos tudo o que foi possível’’. O chefe da equipe de arqueólogos, Kemal Sertok, sabe que as circunstâncias não permitiram muita coisa, mas prefere ver pelo lado positivo — afinal, o trabalho uniu profissionais de todas as partes num esforço de grande carinho pela história e cultura locais.
Com as escavações, foi possível resgatar grandes mosaicos e afrescos que decoravam paredes e pisos nas casas da cidade — além de estátuas, milhares de objetos e inscrições, testemunhas de uma notável organização social.
Mas vários mosaicos foram deixados ali, para que guardassem a cidade e protegessem seus habitantes pelos séculos que virão.
‘‘Em um sítio tão grande como Zeugma, é impossível escavar tudo’’, explicou o arqueólogo britânico Robert Early.
‘‘Nossa missão era aprender a conhecer como era a vida aqui nas épocas helenística, romana e bizantina e preservar no lugar o que fica para as futuras gerações. Acho que conseguimos’’, disse.
A construção da represa de Birecik começou em 1996, mas os apelos para salvar Zeugma só começaram a ser escutados em junho passado, quando um primeiro setor da cidade foi coberto pelas águas, provocando reações de protesto no mundo inteiro.
As obras resgatadas serão expostas no museu de Gaziantep, cujas instalações serão ampliadas agora.
O Ministério da Cultura da Turquia deverá decidir dentro de alguns meses se declara ou não o que sobrou da cidade — uns 70% — patrimônio arqueológico protegido por lei.
Sítio Arqueológico. Zeugma.
Gaziantep (Turquia) — Encruzilhada das rotas comerciais entre Ásia e Ocidente, Zeugma foi rica e esplendorosa antes de ser destruída por ataques. Os arqueólogos a comparam por sua beleza a Pompéia, a cidade coberta pela lava do Vesúvio em 79.
Erguida por um general de Alexandre Magno às margens do Eufrates, a antiga cidade de Zeugma foi coberta pelas águas de uma represa, enterrando num piscar de olhos — e para sempre — uma história que começou a ser construída três séculos antes de Cristo.
A campanha internacional para tentar salvar Zeugma teve fim este mês, quando as águas da represa de Birecik, perto de Gaziantep (sudeste da Turquia), cobriram parte da cidade: quando totalmente cheia, inunda até 30% dos 2.000 hectares da área.
Mas a corrida contra o relógio de quatro meses permitiu que mais de cem arqueólogos turcos e estrangeiros estudassem a cidade, salvando assim alguns de seus tesouros mais conhecidos.
‘‘Sinto-me ao mesmo tempo feliz e triste. Uma parte de Zeugma foi inundada, mas nós fizemos tudo o que foi possível’’. O chefe da equipe de arqueólogos, Kemal Sertok, sabe que as circunstâncias não permitiram muita coisa, mas prefere ver pelo lado positivo — afinal, o trabalho uniu profissionais de todas as partes num esforço de grande carinho pela história e cultura locais.
Com as escavações, foi possível resgatar grandes mosaicos e afrescos que decoravam paredes e pisos nas casas da cidade — além de estátuas, milhares de objetos e inscrições, testemunhas de uma notável organização social.
Mas vários mosaicos foram deixados ali, para que guardassem a cidade e protegessem seus habitantes pelos séculos que virão.
‘‘Em um sítio tão grande como Zeugma, é impossível escavar tudo’’, explicou o arqueólogo britânico Robert Early.
‘‘Nossa missão era aprender a conhecer como era a vida aqui nas épocas helenística, romana e bizantina e preservar no lugar o que fica para as futuras gerações. Acho que conseguimos’’, disse.
A construção da represa de Birecik começou em 1996, mas os apelos para salvar Zeugma só começaram a ser escutados em junho passado, quando um primeiro setor da cidade foi coberto pelas águas, provocando reações de protesto no mundo inteiro.
As obras resgatadas serão expostas no museu de Gaziantep, cujas instalações serão ampliadas agora.
O Ministério da Cultura da Turquia deverá decidir dentro de alguns meses se declara ou não o que sobrou da cidade — uns 70% — patrimônio arqueológico protegido por lei.
