Descendo dos quietos, julgados estranhos. Das crianças que

preferiam criar seus mundos com seus brinquedos enquanto outros lá fora corriam

e pulavam, dos alunos que ao redor tinham como companhia as carteiras vazias ou

os adolescentes vigiados de soslaio pelos que seguiam a voga. Observar o

movimento pelo canto da janela, cegar-se com a luz do sol após tanto tempo em

claustro, dormir sobre um livro ou sonhar ouvindo o moroso som de um violino.

Vestir-se confortavelmente, ter o teto do próprio quarto como o céu e a abarrotada

mesa de livros e anotações como parte de sua anatomia, o quarto de um

macilento, o lauto palácio de um só morador.

 

Nada risível, que ainda vive no que para muitos se tornou

obsoleto. Apático, taciturno, mascarado ou crítico o bastante para ser ranzinza.

Conversar sozinho é uma especialidade em destaque, pois não encontro interesse

nos comentários alheios como encontro nos ecos em minha mente.

 

Gozo o jubilo da idade, mas a cada dia me sinto mais

vetusto. Se desperto interesse em alguém, este mesmo é assassinado ao conhecer

o que há atrás da mascara, Mas não culpo a inocência, hoje o que atraí é o diferente,

probo e o inteligente. Isso, pois as mentes atuais começam a entender que a

razão está sendo obumbrada pelos instintos. Egocêntrico, individualista e

cético são umas das características mais presentes, ao maldizer delas, deveriam

todos pensar se pelo menos duas destas não estão presentes em cada um.

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