Se me perguntarem como a fotografia 'nasceu' na minha vida, não vou saber responder ao certo. Minhas primeiras experiências vieram no começo da década de 90, com uma ZENIT 12XP, toda manual. Morava em São Paulo na época, no Jardim São Bento, bairro do Santana, uma região belíssima no alto da Alfredo Pujol, antes de começar a descida para a Avenida Casa Verde. Uma região extremamente fotografável, com casas lindas e vistas deslumbrantes para o Campo de Marte e a Estação da Luz lá longe. O perfil mais lindo de São Paulo.

 

Acho que foi por pura inveja que comprei aquela ZENIT, já que minha familia é de artistas. Somos em 4 irmãos, todos envolvidos com arte. Um baterista/ cantor/ miniaturista/ artista plástico; outro um ator de teatro com um talento absurdo e o mais velho, apresentador de televisão com programas em Curitiba, depois Aracajú e agora Curitiba de novo, e também locutor de rádio. Filhos de pai que - segundo a lenda de familia 'imitava Ângela Maria melhor do que a própria', talvez por ser o mais novo, acabou não me sobrando nenhum dom. E por ser a fotografia também uma forma de arte, posso interpretar sentimentos como um ator, emocionar com canções visuais e mostrar a realidade como num programa de televisão. Acho que acabei lucrando.

 

De dois anos prá cá, resolvi entrar mais fundo neste mundo. Nos últimos 6 meses, principalmente, aprendi algumas coisas básicas na base da tentativa e erro e encontrei pessoas que têm sido incansáveis na missão de me ensinar, me alertar, me guiar por essas trilhas maravilhosas que a fotografia tem me feito caminhar. Tenho, cada dia mais, me convencido de que fotografar é eternizar o momento. Como na foto em que consegui capturar a garça com o peixe no bico, ou antes disso ainda, quando ela mergulhou a cabeça na água prá pescar o peixe. O peixe fugiu, mas o momento ficou. Prá sempre.

 

Fotografar é escrever com luz. Então, espero que o meu caminho seja cada vez mais cheio de luzes, e que eu aprenda à escrever, cada vez mais e melhor.

 

m.bocatios@gmail.com

 

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