Bailarina de Vermelho
Drag to set position!
These photos are part of a work in progress, a series of permanent performances called “Ballerina in Red”, created by Alessandra Colasanti, a performance artist from Brazil. Ballerina in red is a hybrid character, a mix of ballerina, intellectual and bohemian mad¬cap, mistress of artists like Picasso, Diaglev, Elvis Presley, Charles Aznavour, John Cage and Woody Allen, founder of the Frankfurt School, Imperial Moscow Ballet’s prima ballerina, Duchamp’s muse, official seller of Paris air, and Collège de France scholar. Her “empty enigma” thesis, the biggest presence of the absence of all times, TAKES the paradox’s paroxism TO THE last consequences.A blasé ballerina, a mythomaniac dandy, a debauched PhD, or, like her fans usually say, “just charismatic”.
More at www.abailarinadevermelho.blogspot.com
A personagem Bailarina de Vermelho nasceu em dezembro de 2006 com o espetáculo “Anticlássico, uma desconferência e o enigma vazio” , meu primeiro solo autoral como atriz, diretora e autora, onde uma bailarina saída de um quadro de Dégas, um misto de acadêmica e doidivanas nonsense, profere uma desconferência sobre o enigma vazio (metáfora da contemporaneidade).
A Bailarina de Vermelho não pertence a tempo e espaços fixos, suas memórias mirabolantes cruzam datas, lugares e personagens sem o menor pudor. Amiga íntima da Monalisa faz saltitar nomes e frases de efeito, cita Benjamim, Foucault, Derrida, namora celebridades modernistas como Diaghilev, Nijinsky, Picasso, ídolos pop como Elvis Presley, Charles Aznavour e ícones contemporâneos como o compositor pós-moderno John Cage.
A Bailarina de Vermelho é um personagem que nasceu no teatro, descolou-se do palco e ganhou o mundo. Venho fazendo experimentações com a personagem fora da peça desde outubro de 2007 quando durante dez dias a Bailarina fez intervenções integrando a programação do festival riocenacontemporanea , a performance itinerante consistia em colher depoimentos, idéias e considerações sobre arte e Brasil contemporâneos, visitando as instalações do festival, conversando com seus freqüentadores, registrando tudo em câmeras de vídeo e fotografia. Depois disso vieram muitas outras performances, happenings e intervenções, além de um blog ( www.abailarinadevermelho.blogspot.com), site de fotos da Bailarina pelo mundo (www.flickr.com/photos/alessandracolasanti/) e outros projetos.
Anticlássico começou a ser pensado em 2006, desde então o trabalho tem trilhado um caminho experimental em sua formulação, formato e temáticas. A escrita cênica e dramatúrgica foram elaboradas gradualmente a partir de um legítimo processo work in progress, onde suposições, intuições, propostas e procedimentos puderam ser testados junto ao público. Na primeira apresentação no Festival Contemporâneo Oi Futuro em dezembro de 2006 até hoje, o trabalho amadureceu e conquistou reconhecimento. A partir de um determinado momento o que em geral ocorre com as peças é a manutenção do trabalho conquistado através de reestréias, novas temporadas, viagens, participação em festivais, etc. Anticlássico vem seguindo esse percurso, mas, além disso, houve um inesperado desdobramento da obra que foi o descolamento da personagem em relação ao fundo que a gerou. Assim, como a Bailarina, uma personagem de Dégas um dia pulou para fora da tela, a Bailarina personagem do espetáculo Anticlássico, um dia pulou para fora da moldura do espetáculo, e hoje está de fato solta no mundo rodopiando livremente e promovendo essa invasão-interseção entre realidade e ficção, essas são fronteiras que não existem para ela.
No blog a Bailarina registra seus pensamentos e andanças pelo mundo é um desdobramento do que acontece no espetáculo, mas em outra mídia, o que implica em diferentes procedimentos e resultados. Vejo a Bailarina de Vermelho como um coringa no mundo, ela pode estar em qualquer lugar fazendo qualquer coisa. Esse trabalho, por sua efemeridade, só existe se for registrado, por isso fotografo e gravo todas essas ações. As fotos estão disponíveis no flickr. Para elaborar e veicular as imagens criei um canal de tv independente o Bailarina Tvshow, disponível no you tube. Ainda na rede temos perfil do orkut e twitter da Bailarina.
A mídia da internet serve de suporte para as performances, fizemos um happening na praia, onde foi lançada a candidatura da personagem à prefeitura da 3ª margem do Rio (17/08/2008), o happening contou com a participação de 20 artistas cariocas, camisetas de campanha, santinhos, discurso na sacada do posto 9 e cruzada ideológica entre o Posto 9 e Posto 8 (Casa de Cultura Laura Alvim). Além dessa, performances como a do 19º Festival de Curtas de São Paulo, como a participação no Ato Político em frente ao DOI-CODI (atual delegacia paraíso em SP) pela abertura dos arquivos da ditadura militar, como a do Riocenacontaemporânea, como a da Bailarina de Amarelo, e a Bailarina de Vermelho no carnaval de rua do Rio de Janeiro estão todas disponíveis na net. A próxima intervenção será na Bienal do Vazio em São Paulo, será a vez e a hora da Bailarina de Branco, vestida a caráter para a bienal do nada.
Hoje virou moda dizer que vivemos numa época vazia onde concepções políticas, crenças, idéias, sensibilidades, formas de existência e visões do mundo que antes pareciam dar sentido às coisas perderam o valor. O discurso da perda dos valores é corrente nos mais variados níveis sócio-culturais, e mais do que isso, é hoje um discurso banalizado. Uma idéia compartilhada por todos, mas de difícil apreensão. Depois da dissolução do sujeito, da morte da arte, da morte da história, da morte de Deus, enterrado o século XX, resta ao homem contemporâneo o sentimento comum de desajuste. Acho que Anticlássico e a Bailarina de Vermelho transitam nesse cenário contraditório de derrisão e pluralidade, investigando-o, e questionando-o através de metáforas e sátiras. Afinal, o que é arte contemporânea? O que é pensamento contemporâneo? O que é a contemporaneidade? Termos desgastados e de entendimento obscuro. Aparentemente herméticos ou distantes, mas de fato nosso “solo silencioso”, como diria Foucault, onde germinam nosso tempo, geração e linguagem.
Pra mim ‘enigma vazio’ é a banalização do paradoxo contemporâneo, é a metáfora do esgotamento, esvaziamento e impossibilidade de sentidos permanentes.
A Bailarina de Vermelho não pretende explicar, não pretende solucionar, nem ensinar nada. Como os heróis das narrativas clássicas A Bailarina de Vermelho empreende uma busca, é uma arqueóloga do contemporâneo, uma caçadora de paradoxos perdidos, a detetive do dilema, ela elabora a questão contemporânea através da linguagem e da metáfora. Como diz Derrida, que a Bailarina cita na peça, “A linguagem se cria e cria mundos” a Bailarina se apropria de todos os mundos, de todas as referências, se apropria da História, do pensamento e das artes, para, através da linguagem criar um mundo só seu, que paradoxalmente (ou não) diz respeito a todos nós. Não à toa ela abre a peça lendo Dom Quixote.
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