Projeto fotográfico pessoal trans midia (com fotos still e imagens em movimento) sobre questões de sustentabilidade: ambiental, alimentar/nutricional, econômica e outras afins, com o foco na experiência do Movimento das CSA (Comunidade que Sustenta a Agricultura) em Brasília.

A proposta é captar de forma documental e criativa, esse dinâmico ativismo socioambental e o envolvimento coletivo que ele promove. e que se dá de forma horizontal e espontânea, e naturalmente desafia vários paradigmas do modelo de negócio da produção e consumo agrícola, da relação de trabalho predatória aos agricultores e do isolamento das pessoas transformadas em consumidores individuais.

Embora esse contexto das atividades nas CSA tenham uma gama de conteúdos importantes e atualíssimos para serem observados, a proposta se trata mais de uma abordagem através de imagens e alguns depoimentos, de forma mais informativa, e que possa promover o debate desses temas.

Este Audiovisual autoral, sem fins lucrativos, é desenvolvido por mim, Augusto (Cau) Coelho , graduado em Ciências Sociais pela FFLCH-USP, mas repórter fotográfico de profissão há 28 anos, atuando especialmente na área editorial e de Assessoria de Imprensa pública e Institucional e, especialmente, atendendo nesse período a entidades Sindicais/Associativas e Movimentos Sociais.

Surgiu das inquietações pessoais com um Sistema Agroeconômico perverso que vai moldando e destruindo tudo por onde passa: de um lado as paisagens e ecosistemas e na outra ponta a saúde das pessoas envolvidas, pelos insumos químicos utilizados.

Paralelamente, nas CSA, esse modelo coletivo colaborativo, aplicado a uma realidade objetiva que é a questão do consumo diário de alimentos, pode mostrar na prática um caminho alternativo a esse modo de produção entrópico dominante, resgatando relações e "Apreços" que eram naturais dentro das comunidades, restabelecendo laços e valores coletivos. Ao invés do paradigma do "Sucesso" e da "Acumulação" individual, aponta para a valorização da "Troca" numa relação onde todos ganham.

No momento conto apenas com meu próprio árduo autopatrocínio, mas espero agregar alguns colaboradores ao longo da produção, e, por isso, como um trabalho de formiguinha, a idéia é visitar e documentar várias CSA no DF, de lugares e perfis diferentes, num prazo provável de um ano ou mais, para depois fazer a edição e montagem.

O foco desse projeto é captar não como uma documentação mais institucional, mas, além da dinâmica do sistema de produção e relacionamento da CSA,

mostrar como esse Movimento se torna um espaço que apoia e promove indiretamente boas práticas e experiências transversais, como as práticas da Agrofloresta, da Biodinâmica, da Permacultura, etc.

A idéia é que o produto final, o Audiovisual, possa ser exibido em qualquer sistema multimídia: reprodutor de DVDs, computadores, redes sociais, etc., dentro de uma perspectiva de Educação Ambiental e Alfabetização Ecológica, e eventualmente poder participar de eventos, debates, fóruns ou mostras correlacionadas.

Passei também a ser Coagricultor da CSA da Florestta, o que me permite vivenciar tanto os bons momentos coletivos , como também perceber as dificuldades e as suas superações no dia a dia.

Independentemente dos resultados que as pessoas envolvidas nas CSA esperam, serem total ou parcialmente alcançados, penso que a Ação prática bem intencionada já tem , por si, um caráter educativo, mostrando a importância de botar a mão na massa, ou "na terra". Essa atitude já sugere que outras formas de consumir e se relacionar são possíveis e reverberam positivamente na Sociedade.

Além do que a abundância de vida biodiversa nas "roças" das CSA, também é uma abundância estética, e um desafio para se criar boas e instigantes imagens. Espero estar sintropicamente integrado para que as imagens brotem de forma mais espontânea, e que possam ser mais um vetor nesse processo.