O gesto e a concepção - de Balzac a Dotremont
Angustiado pela perda de inspiração e reivindicando o estatuto de artista então negado aos romancistas, Balzac questionou longamente os mecanismos de criação.
Ele oferece uma definição inédita do criador: o artista é um visionário, capaz de mudar a face das coisas, mas a visão é apenas “a ocasião do gênio”, e deve ser seguida de um trabalho constante para fixar a ideia na pedra, na tela ou no papel.
A mão torna-se “de certa forma a própria ação”, ela “oferece um fenômeno inexplicável que somos tentados a chamar de encarnação do pensamento” (Fisiologia do casamento).
Esta ligação entre pensamento criativo e gesto, explorada em diferentes formas gráficas por Balzac, Victor Hugo ou Théophile Bra, volta a ser uma questão essencial para vários membros do grupo CoBrA.
As numerosas referências a Balzac traem esta proximidade de investigação, que encontra a sua mais bela expressão nos logogramas de Christian Dotremont. Num espírito lúdico, até de segundo grau, a exposição evoca o interesse dos artistas do CoBrA por Balzac e sublinha a semelhança das questões levantadas, nos séculos XIX e XX, pela relação entre a escrita e o pensamento literário.
O gesto e a concepção - de Balzac a Dotremont
Angustiado pela perda de inspiração e reivindicando o estatuto de artista então negado aos romancistas, Balzac questionou longamente os mecanismos de criação.
Ele oferece uma definição inédita do criador: o artista é um visionário, capaz de mudar a face das coisas, mas a visão é apenas “a ocasião do gênio”, e deve ser seguida de um trabalho constante para fixar a ideia na pedra, na tela ou no papel.
A mão torna-se “de certa forma a própria ação”, ela “oferece um fenômeno inexplicável que somos tentados a chamar de encarnação do pensamento” (Fisiologia do casamento).
Esta ligação entre pensamento criativo e gesto, explorada em diferentes formas gráficas por Balzac, Victor Hugo ou Théophile Bra, volta a ser uma questão essencial para vários membros do grupo CoBrA.
As numerosas referências a Balzac traem esta proximidade de investigação, que encontra a sua mais bela expressão nos logogramas de Christian Dotremont. Num espírito lúdico, até de segundo grau, a exposição evoca o interesse dos artistas do CoBrA por Balzac e sublinha a semelhança das questões levantadas, nos séculos XIX e XX, pela relação entre a escrita e o pensamento literário.