“Fernando Pessoa” - Mário Portugal
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A pintura “Fernando Pessoa”, de Mário Portugal, apresenta uma composição moderna e abstrata, utilizando formas geométricas e curvas suaves para compor as figuras.
O centro da obra é dominado por uma figura masculina estilizada — claramente uma representação de Fernando Pessoa, reconhecível pelos óculos redondos, chapéu e fato com gravata “papillon”.
Ao seu lado esquerdo e direito, duas figuras femininas, também estilizadas, seguram taças — uma delas aparentando segurar uma xícara de café.
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O uso das cores é marcante: tons quentes como amarelo, laranja e vermelho misturam-se com cinzas e castanhos, criando um contraste entre calor e sobriedade.
A textura é suave, com transições fluidas entre as cores e volumes.
As expressões das figuras são serenas, quase etéreas.
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Mário Portugal utiliza uma abordagem cubista e expressionista para re-imaginar Fernando Pessoa, não apenas como indivíduo, mas como símbolo cultural.
O poeta aparece envolto por figuras femininas, talvez representações alegóricas das suas múltiplas facetas literárias — ou das suas musas.
A mulher à esquerda, com a chávena, evoca o quotidiano e o intelecto — remetendo à boémia lisboeta e às reflexões existencialistas do poeta.
Já a figura à direita, com um cálice dourado, sugere uma presença mais onírica, talvez simbolizando o lado místico, introspetivo e espiritual da sua obra.
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A geometrização das formas não diminui a expressividade — ao contrário, a fragmentação das figuras espelha a própria fragmentação do sujeito pessoano, marcado pelos heterónimos e pelas camadas da identidade.
O uso de tons terrosos e a fusão entre luz e sombra apontam para uma tensão entre a realidade concreta e o devaneio, tema central na obra de Pessoa.
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Em conclusão, Mário Portugal consegue capturar, com profundidade estética e simbólica, o universo multifacetado de Fernando Pessoa.
A obra não é apenas um retrato visual do poeta, mas uma representação sensível do seu legado literário: dividido, profundo, ao mesmo tempo terreno e transcendente.
É uma pintura que convida à contemplação e à releitura — assim como a própria poesia de Pessoa.
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Texto: ©MárioSilva
Pintura: Mário Portugal
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“Fernando Pessoa” - Mário Portugal
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A pintura “Fernando Pessoa”, de Mário Portugal, apresenta uma composição moderna e abstrata, utilizando formas geométricas e curvas suaves para compor as figuras.
O centro da obra é dominado por uma figura masculina estilizada — claramente uma representação de Fernando Pessoa, reconhecível pelos óculos redondos, chapéu e fato com gravata “papillon”.
Ao seu lado esquerdo e direito, duas figuras femininas, também estilizadas, seguram taças — uma delas aparentando segurar uma xícara de café.
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O uso das cores é marcante: tons quentes como amarelo, laranja e vermelho misturam-se com cinzas e castanhos, criando um contraste entre calor e sobriedade.
A textura é suave, com transições fluidas entre as cores e volumes.
As expressões das figuras são serenas, quase etéreas.
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Mário Portugal utiliza uma abordagem cubista e expressionista para re-imaginar Fernando Pessoa, não apenas como indivíduo, mas como símbolo cultural.
O poeta aparece envolto por figuras femininas, talvez representações alegóricas das suas múltiplas facetas literárias — ou das suas musas.
A mulher à esquerda, com a chávena, evoca o quotidiano e o intelecto — remetendo à boémia lisboeta e às reflexões existencialistas do poeta.
Já a figura à direita, com um cálice dourado, sugere uma presença mais onírica, talvez simbolizando o lado místico, introspetivo e espiritual da sua obra.
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A geometrização das formas não diminui a expressividade — ao contrário, a fragmentação das figuras espelha a própria fragmentação do sujeito pessoano, marcado pelos heterónimos e pelas camadas da identidade.
O uso de tons terrosos e a fusão entre luz e sombra apontam para uma tensão entre a realidade concreta e o devaneio, tema central na obra de Pessoa.
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Em conclusão, Mário Portugal consegue capturar, com profundidade estética e simbólica, o universo multifacetado de Fernando Pessoa.
A obra não é apenas um retrato visual do poeta, mas uma representação sensível do seu legado literário: dividido, profundo, ao mesmo tempo terreno e transcendente.
É uma pintura que convida à contemplação e à releitura — assim como a própria poesia de Pessoa.
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Texto: ©MárioSilva
Pintura: Mário Portugal
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